"Intimamo-vos, irmãos, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que eviteis a convivência de todo irmão que leve vida ociosa e contrária à tradição que de nós tendes recebido." (II Tessalonicenses 3, 6)

domingo, 13 de março de 2011

Alemanha: nova comunidade amiga da Fraternidade São Pio X.

Em 17 de Fevereiro, o Distrito da Alemanha da Fraternidade São Pio X, informou que a Comunidade das Religiosas Reparadoras do Espírito Santo, situada em Niedaltdorf, no Sarre, sul do país, se juntava às congregações amigas da obra fundada por Dom Marcel Lefebvre. Estas religiosas, que mantém uma casa para pessoas idosas com cerca de sessenta lugares, dirigiram uma carta de agradecimento a Dom Bernard Fellay, onde se lê:

«Queremos agradecer-vos de todo o coração e exprimir a nossa gratidão a Deus por nos ter associado tão amavelmente à Fraternidade Sacerdotal São Pio X.

«Desde a nossa fundação, o objetivo das Irmãs Reparadoras do Espírito Santo é o de fazer penitência e de sacrfício pela Santa Igreja Católica, a celebração digna da Missa Tridentina, a oração e serviço da caridade fraterna, o cuidado das pessoas idosas e acamadas, como desejou o Menino Jesus na Sua Aparição à nossa venerada fundadora.

«Como sabeis, a nossa fundação [4 de Maio de 1946, na Checoeslováquia – N.R.] pela Irmã Maria Cornelia Holewik e Padre Aloïs Schwammel, conduziu-nos ao período de perseguição comunista de 1945 a 1966. Nessa época, na Checoeslováquia de então, as nossas Irmãs sofriam não apenas fisicamente, mas, sobretudo, espiritualmente. Por fidelidade à verdadeira Fé Católica tiveram de se separar da sua Casa-Mãe e trabalhar durante seis anos numa fábrica, com falta das coisas mais necessárias, até que pudessem, depois de longos e difíceis combates, chegar à Alemanha Ocidental.

«Como tivemos de encerrar a nossa casa de Maiença, todas as Irmãs se agruparam, desde o ano 2000, na nossa comunidade de Niedaltdorf.

«Também, nos tempos atuais, a nossa congregação teve de travar muitas batalhas. Durante anos rezamos para termos verdadeiras luzes. Agora, a Providência Divina indicou-nos o caminho até vós.

«Estamos muito reconhecidas ao Pai Celeste e a vós pela nossa “incorporação” na Fraternidade São Pio X, na qual a verdadeira Fé Católica é ainda pregada e vivida, e de bom grado repetimos a nossa gratidão.

«Temo-vos presente, Excelência Reverendíssima, assim como todos os membros da Fraternidade São Pio X nas nossas orações diárias, para que possais continuar a cumprir a vontade de Deus no serviço da Santa Igreja.»

Sühneschwestern vom Heiligen Geist – St. Antoniushaus – Neunkircher Straße 71

D – 66780 Niedaltdorf – Tel : 0 68 33 / 2 26
 ; fax: 0 68 33 / 89 40 01
; E-mail : St.Antoniushaus-Niedaltdorf@t-online.de

Fonte: http://www.fsspx.com.br/exe2/?p=1766

Vingança da natureza ou Castigo de Deus?

Desastre no estado de Santa Catarina, desastre na região serrana do estado do Rio de Janeiro, desastre no Japão…

Diante de tantas catástrofes, que alguns ainda ousam apontar como uma simples vingança da natureza, apresentamos o excelente artigo “A erupção da montanha pelada” escrito pelo Rev. Pe. Nicolas Pinaud e traduzido para o português pelos monges da FBMV, publicado nos dois primeiros volumes de sua revista Veritati, disponível para baixar no site da comunidade monástica.

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Foto: desastre causado pela Tsunami consequência do Terremoto de março/2011 no Japão


Fonte: http://www.fsspx.com.br/exe2/?p=1813

A Vocação Sacerdotal.

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Para ensinar, governar e santificar os membros de Sua Igreja, Nosso Senhor não cessa de convocar jovens rapazes a se juntar às fileiras do sacerdócio. Esse chamado de Cristo, Que disse: “Não fostes vós que me escolhestes, mas eu vos escolhi” (S. João; 15, 16), recebeu o nome de ‘vocação’, do verbo latino “vocare“, chamar. E, de fato, nenhum homem deve ousar apresentar-se para esse ofício sagrado a não ser que Deus o tenha chamado… a não ser que ele “tenha uma vocação”.

“Ninguém se apropria desta honra (do sacerdócio),” diz São Paulo, “senão somente aquele que é chamado por Deus, como Aarão”. (Hebreus 5: 4)

Infelizmente, certas tendências teológicas errôneas, como o quietismo, levaram no último século a distorções enganosas da noção de vocação para o sacerdócio. Alguns autores bem-intencionados, mas equivocados, erigiram certos elementos meramente acidentais, raramente encontrados, como critério principal para o discernimento das vocações, sendo que o resultado de suas conclusões e da atitude prática resultante, sem dúvida, desencorajaram muitos jovens rapazes aptos a iniciar ou prosseguir seus estudos eclesiásticos.

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Seminaristas de La Reja (Argentina) jogando Vôlei

Para evitar esses equívocos e as suas consequências lamentáveis, vamos examinar a verdadeira noção da vocação ao sacerdócio.

O Concílio de Trento declara: “Vocari a Deo dicuntur qui a legitimis Ecdesiae ministris vocantur“. “Diz-se que os homens chamados por Deus são aqueles chamados pelos ministros legítimos da Igreja.”

A única verdadeira vocação para o sacerdócio, a vocação, no sentido estrito, é a convocação pelo Bispo ou por seu representante para receber o sacramento da Ordem, em outras palavras, é a aceitação de um candidato ao sacerdócio pelo Bispo ou seu representante, agindo em nome de Deus. Essa verdade importante tem implicações igualmente importantes.

As repetidas proclamações solenes de papas e concílios exortam todos os Bispos a um esforço meticuloso para escolher os candidatos mais adequados para o Santo Sacerdócio. Na expectativa dessa convocação do Bispo às Ordens Sacras (a verdadeira “vocação”) o papel do candidato é preparar-se conscientemente, prosseguindo o programa de vários anos de formação intelectual e espiritual dos futuros sacerdotes que a Igreja aperfeiçoou gradualmente, especialmente após o Concílio de Trento.

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Sala de aula em Winona (Estados Unidos)

Esse longo trabalho de formação para tornar um rapaz apto (idoneus) para o chamado ao sacerdócio, deve ser em todos os seus elementos a obra da graça divina, e ter como sua alma a intenção perseverante por parte do candidato para se tornar um padre, e um bom padre.

Mas como é que eu vou saber se eu deveria realizar esse extenso programa de formação, se eu deveria tentar me preparar para a convocação do Bispo que constitui a verdadeira vocação?

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A igreja do Seminário de La Reja (Argentina)

É nesse domínio que uma ênfase desequilibrada em elementos acidentais causou muita confusão. O desejo e a intenção do jovem rapaz de se tornar um sacerdote podem resultar de uma das seguintes causas:

1. Uma revelação privada;

2. A atração sensível do Espírito Santo, ou,

3. Uma escolha prudente feita com o auxílio da graça divina.

O erro de muitos autores de certa época, cuja influência ainda persiste, consistiu em procurar, para justificar todas as vocações, uma atração sensível do Espírito Santo, algo somente experimentado por poucos rapazes, e que, de fato, nem é levado em conta pelo Bispo ao examinar a adequação dos candidatos ao sacerdócio. A vocação não requer nenhum “sentimento” avassalador pelo qual se sinta “chamado”. Infelizmente, por várias décadas esse equívoco provavelmente afastou muitos rapazes qualificados (que não “sentiam” nada de extraordinário) do seminário e do sacerdócio.

Na verdade, a intenção de se tornar padre, na maioria das vezes, se transforma em uma decisão, tomada pelo próprio candidato, com serendidade e prudência, geralmente após uma oração, leitura, reflexão, diálogo com os pais e com um sacerdote, etc. Esta é a maneira com que o jovem costuma formular o desejo crescente dentro de si mesmo: “Acho que quero ser padre.” E finalmente: “Eu realmente quero ser padre”.

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Seminarista trabalhando na sacristia

Após essa decisão, o candidato normalmente entra no seminário para iniciar a sua formação para o sacerdócio. Esses anos de formação visam prepará-lo intelectualmente e espiritualmente para o cargo exigente de sacerdote, e lhe permitirão um dia, se ele aproveitá-los e adquirir o aprendizado e a santidade necessária, humildemente solicitar do Bispo a convocação às Ordens Sacras.

“Se a decisão de entrar para o sacerdócio não é uma questão de atração sensível, mas uma decisão que eu devo tomar de forma prudente, que qualificações básicas eu deveria começar a procurar em mim?”

A Igreja exige principalmente do futuro sacerdote a aprendizagem suficiente para realizar adequadamente sua missão como pregador, professor, confessor, etc (debita scientia) e uma vida moral tão elevada quanto a sublime dignidade que ele deseja (mores congruentes). Dado que o seminário existe especificamente para desenvolver essas qualidades essenciais no candidato, vamos discuti-las mais tarde, quando tratarmos mais detalhadamente da educação do futuro sacerdote.

Em geral, o candidato deve ter ou desenvolver a força para suportar as responsabilidades múltiplas e exigentes de um padre, “responsabilidades”, acrescenta o Papa Pio XI, “que puseram medo até mesmo nos mais bravos soldados do sacerdócio cristão”.

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Procissão em La Reja (Argentina)

Vamos considerar momentaneamente as qualidades fundamentais exigidas do futuro sacerdote:

1. Ele não deve ter qualquer deficiência física ou doença como a epilepsia, que tornariam difícil a celebração da Missa, a realização de outros ritos da Igreja ou deveres sacerdotais; ele também não deve ter qualquer deformidade física que o submeteriam, e seu sacerdócio, ao escárnio.

2. Além disso, pelo menos antes de receber qualquer Ordem, o candidato deve ter recebido os sacramentos do Batismo e da Confirmação.

“Eu acho que quero ser padre, e eu acho que eu seria capaz de adquirir as qualidades intelectuais e morais necessárias. O que devo fazer por enquanto?”

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Dom Marcel Lefebvre com os seminaristas em Ecône (Suíça)

LEIA. Não podemos razoavelmente desejar algo que não conhecemos de verdade, e a decisão de entrar no sacerdócio deve, obviamente, ser feita com toda a seriedade possível. Primeiro, estude todos os ensinamentos básicos da Igreja sobre o sacramento da Ordem. Releia aquela parte do nosso Catecismo, leia o decreto do Concílio de Trento, e a seção relevante do Catecismo daquele Concílio. Então, faça algumas leituras sobre a vida de um sacerdote.

Você ainda pode comprar vários novos livros católicos tradicionais sobre o sacerdócio, como os de Dom Columba Marmion (Cristo, o Ideal do Padre), São José Cafasso (O Sacerdote, homem de Deus), e Santo Afonso de Ligório (Selva ou a Dignidade e os Deveres do Sacerdote), e você ainda pode obter as encíclicas papais de valor inestimável sobre o sacerdócio sem grandes dificuldades. Outros excelentes livros, como o do cardeal Manning (O Sacerdócio Eterno), podem ser descobertos em bibliotecas Católica ou sebos. Você também pode se beneficiar muito com uma leitura da vida de um santo sacerdote, como o Cura d’Ars, São João Maria Vianney.

ORE. É desnecessário dizer que ninguém deveria tomar a decisão solene de entrar no serviço de Deus, sem a orientação do próprio Deus. Seja regular em suas orações diárias e em seus esforços para vencer as tendências pecaminosas da nossa natureza decaída, e ofereça preces especiais para implorar a orientação do Espírito Santo e da intercessão da Santíssima Virgem Maria, Rainha do Clero, e do Santo Cura de Ars, e de todos os sacerdotes santos que rodeiam o trono de Deus.

CONSULTE. Fale com um fiel sacerdote católico sobre o sacerdócio. Quem poderia estar mais familiarizado com ele? Ele também será capaz de ajudá-lo a determinar se você tem as aptidões necessárias para esse alto chamado.

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Dom Marcel em La Reja (Argentina)


Fonte: http://www.fsspx.com.br/exe2/?p=1787

segunda-feira, 7 de março de 2011

São Tomás de Aquino, presbítero e doutor da Igreja.

Nasceu por volta do ano 1225, da família dos Condes de Aquino. Estudou primeiramente no mosteiro de Monte Cassino e depois em Nápoles. Ingressou na Ordem dos Frades Pregadores e completou seus estudos em Paris e em Colônia, tendo tido como professor Santo Alberto Magno. Escreveu muitas obras de grande erudição, e, como professor, lecionou disciplinas filosóficas e teológicas, o que lhe valeu grande reputação. Morreu nas proximidades de Terracina, a 7 de Março de 1274. Seu corpo foi translado para Tolosa (França), em 28 de Janeiro de 1369.

sábado, 5 de março de 2011

Frases clássicas com relação ao "Novus Ordo".

Protestantes:

Max Thurian (da Comunidade de Taizé, um dos seis pastores que participaram na redação do novo rito): “Um dos frutos do Novus Ordo será que talvez as comunidades não Católicas poderão celebrar a santa ceia com as mesmas orações da Igreja Católica. Teologicamente é possível”. La Croix, 30/05/1969.

Siegevalt (professor na Faculdade protestante de Strasburgo): “Agora, na missa renovada, não há nada que possa perturbar o cristão evangélico”. Le Monde, 22/11/1969.



Sacerdotes Ecclesia Dei:

Padre Vincent Ribeton (FSSP – Fraternidade São Pedro) em Forum Catholique, em 13 de Novembro de 2006: «Não creio que celebrar a missa segundo o novo ordo, evidentemente com a observância das rubricas, possa, em si, constituir uma desordem moral objetiva. Dizer o contrário equivaleria a afirmar que a Igreja teria promulgado um rito intrinsecamente mau, o que parece impossível de sustentar sem cair no sedevacantismo. Não estou convencido de que o novo rito exprima muito adequadamente cada uma das realidades que se atualizam no altar, mas isso não significa, por essa razão, que seja heterodoxa. De fato, as condições de validade e de ortodoxia de um rito constituem um mínimo, e a Igreja sempre assumiu ritos de maior ou menor riqueza, até mesmo, perdoem-me a expressão, de certa pobreza.»

Padre Tanoüarn (IBP – Instituto Bom Pastor) em Valeurs Actuelles, nº 3653, de 1 de Dezembro de 2006: «E, assim, apenas do ponto de vista destas diferenças de tom, que não é preciso exagerar forçosamente, mas que existem, e a nossa conversa é sinal disso, creio que é necessário aceitar a diferença de ritos, e aceitar que se possa ter uma preferência fundamentada, profunda, não apenas subjetiva ou estética, pelo rito tradicional. Dito isto, bem entendido, se em nome dessa preferência se anatemizam todos os outros, e se diz que o rito renovado não é legítimo, não se está a fazer nada na Igreja.»



Outras personalidades:

Jean Guitton (amigo de Paulo VI): “A intenção de Paulo VI era reformar a liturgia católica de forma que se aproximasse o máximo da liturgia protestante, à ceia do Senhor dos protestantes. Fez todo o possível para distanciar a Missa católica do Concílio de Trento“. Entrevista radiofônica ao programa “Icilumière 101″ de 13/12/1993

Fonte: http://www.fsspx.com.br/exe2/?p=296

"Destruir a Missa" por Dom Marcel Lefebvre.

Qual é a crise que estamos atravessando atualmente? Manifesta-se, no meu entender, sob quatro aspectos fundamentais para a Santa Igreja.

Manifesta-se, à primeira vista, acredito eu, e me parece que é um dos aspectos mais graves, porque, para mim, se se estuda a história da Igreja, dá-se conta de que a grande crise que atravessou o século XVI, crise espantosa, que arrebatou à Santa Igreja, milhões e milhões de almas, regiões inteiras, Estados na sua totalidade, esta crise foi, antes de tudo, uma crise do culto litúrgico; e que, se atualmente existem divisões entre aqueles que se dizem cristãos, há que se atribuir mais que a outras causas à forma de celebrar o culto litúrgico; e se os protestantes se separaram da Igreja, a causa principal é que os instigadores do protestantismo, como Lutero, disseram, desde o primeiro momento: “Se queremos destruir a Igreja temos que destruir a Santa Missa”. Esta foi a chave de Lutero.

Tinha-se dado conta de que, se chegasse a por as mãos na Santa Missa, se conseguisse reduzir o Sacrifício da Missa a uma pura refeição, a uma comemoração ou recordação, a uma significação da comunidade cristã, a uma rememoração ou memorial da Paixão de Nosso Senhor e, como consequência, que ficasse mais débil o mais sagrado que há na Igreja, o mais santo que nos legou Nosso Senhor, o mais sacrossanto, ele conseguiria destruir a Igreja. E certamente, conseguiu, por desgraça, arrebatar à Igreja nações inteiras, obrando dessa forma.



A Missa, um sacrifício

Pois bem. Hoje existe uma tendência, que ninguém pode negar, de pôr as mãos sobre a Santa Missa. Chega-se a alterar coisas que são essenciais na Santa Missa. E quais são estas coisas essenciais, na Santa Missa? Em primeiro lugar, a Santa Missa é um sacrifício. Um sacrifício não é uma refeição. Mas, na atualidade, se quis desterrar até a palavra sacrifício. Se fala de Ceia Eucarística, se fala de comunhão eucarística…, se fala de tudo o que se quer, com tal de não mencionar sequer a palavra sacrifício.

E apesar disso, a Missa é, essencialmente, um sacrifício, o Sacrifício da Cruz; não é outra coisa. Substancialmente, o Sacrifício da Cruz e o Sacrifício da Missa são a mesma coisa e o mesmo e único Sacrifício.

Não há outra mutação que na forma de oblação. Nosso Senhor se ofereceu de uma forma sangrenta, cruenta, no altar da Cruz, sendo Ele mesmo o Sacerdote e a Vítima. E sobre nossos altares, se oferece, sendo igualmente o Sacerdote e a Vítima, por ministério dos sacerdotes.

Somente o sacerdote é o Ministro consagrado pelo Sacramento da Ordem, configurado, pelo Caráter, ao Sacerdócio de Nosso Senhor Jesus Cristo, oferecendo o Sacrifício da Missa, na pessoa de Cristo: “in persona Christi”.



A presença real

Se se tira a Transubstanciação da Missa… Já que vos falei de Sacrifício, falemos agora da segunda coisa necessária, essencial, que é a Presença Real de Nosso Senhor, na Sagrada Eucaristia. Se se elimina a Transubstanciação… Esta palavra é de uma importância capital, porque, ao suprimi-la, se omite a presença real, e deixa, portanto, de haver Vítima.

Deixa de haver Vítima para o Sacrifício. E, portanto, deixa de haver Missa. Dizendo de outra maneira: deixa de existir Sacrifício e nossa Missa é vã. Ficamos sem Missa. (Deixou de ser o Sacrifício que nos deu Nosso Senhor, na Santa Ceia e na Cruz, e que mandou os Apóstolos o perpetuarem sobre o altar). É o segundo elemento indispensável. Primeiro, o Sacrifício, logo, a Presença Real. Falemos agora do Caráter sacerdotal do Ministro.



É o sacerdote, não os fieis

É o sacerdote o que recebeu o encargo, de Deus Nosso Senhor, para continuar o Sacrifício. E de nenhuma forma os fieis. É certo que os fieis têm de se unir ao Sacrifício, unir-se de todo coração, com toda a sua alma, à Vítima, que está sobre o altar, como deve fazer também o sacerdote. Mas os fieis não podem oferecer, de forma alguma, o Santo Sacrifício, “in persona Christi”, como o sacerdote.

O sacerdote está configurado ao Sacerdócio de Cristo, está marcado para sempre, para a eternidade. “Tu es sacerdos in aeternum”… Somente ele pode oferecer verdadeiramente o Sacrifício da Missa, o Sacrifício da Cruz. E, por conseguinte, somente ele pode pronunciar as palavras da Consagração.



De joelhos!

Não é normal que os leigos se coloquem ao redor do altar e que pronunciem todas as palavras da Missa, junto com o sacerdote. Porque eles não são sacerdotes no sentido próprio em que o é o sacerdote consagrado. Tampouco podemos considerar como coisa normal o ter suprimido todo sinal de respeito à Real Presença. À força de não ver nenhum respeito à Sagrada Eucaristia, acaba por não se crer na Presença Real. E quem se atreverá a chegar, por tal caminho, a coisa parecida, depois de meditar a divina Palavra, segundo a qual “ao nome de Jesus, que se dobre todo joelho, no céu, na terra e nos infernos”? Se somente ao nome há que ajoelhar-se, vamos permanecer de pé, quando está presente em realidade, na Sagrada Eucaristia?

Ao lugar onde se oferece um sacrifício, se dá o nome de altar. Por isso, não se pode aceitar, como substituto do altar, uma mesa comum, destinada às refeições, que, segundo recordava São Paulo, se encontram nos refeitórios das casas, para comer e beber. O altar tem que ser peça que não se traslade e onde se oferece e se derrama o sangue. No momento em que se converte o altar em mesa de refeitório se deixa de ser altar.



Tomado do protestantismo

Suprimir todos os altares que são verdadeiramente tais, pôr, em seu lugar, uma mesa de madeira, diante do altar que foi solenemente consagrado, é, precisamente, fazer desaparecer a noção de Sacrifício, que vimos é de importância capital para a Igreja Católica. E é desta forma como chegou e se consolidou o protestantismo. Por esta desaparição da ideia de Sacrifício, passou a Inglaterra inteira ao cisma e logo à heresia.

… Deslizando, deslizando, pouco a pouco, vamos tornar-nos protestantes, sequer sem dar-nos conta.

Fonte: http://www.fsspx.com.br/exe2/?p=63

Suspeita de Cisma.

Mais de duzentos teólogos progressistas do mundo germanófono reclamam a reforma da Igreja Católica, em que os leigos poderiam intervir na nomeação dos Bispos, em que homens casados teriam a possibilidade de ser padres e em que os homossexuais e divorciados recasados teriam acesso aos Sacramentos. São apoiados por numerosas associações católicas, e o episcopado alemão anda longe de condenar as suas propostas. Se bem que estes teólogos se oponham frontalmente ao ensinamento e à disciplina católicas, presume-se que estão sempre “em comunhão” com Roma. Eis uma presunção que borda a temeridade!

Na Alemanha, políticos cristão-democratas desejam igualmente que homens casados possam ser ordenados, para tentar colmatar a queda vertiginosa do número de padres nas paróquias. Encaram até que essa possibilidade seja excepcionalmente concedida ao seu país, dado o estado de grande “perigo pastoral” em que se encontra. O Cardeal Walter Brandmüller, antigo Presidente da Comissão Pontifícia das Ciências Históricas, declarou que este pedido está muito próximo do cisma, pois conduziria à constituição de uma Igreja nacional.

Com efeito, esvoaça sobre todas estas reivindicações uma suspeita de cisma. Não uma ligeira impressão, como vestígio de leite numa chícara de chá, mas uma bem pesada suspeita de cisma, como nuvem ameaçadora no céu da Igreja.

Fonte: http://www.fsspx.com.br/exe2/?p=1719